E com a sutileza de um porta
Plantou a rosa ao bico da chaleira...
A rua muito longa e muito reta
Em tempo de ladeira,
Carregava o vazio de meu corpo.
Tempo morto
Hora morta
Bato à porta
Ele atende
E da chaleira a rosa se desprende.
Eu quisera morrer serenizada
Á porta, ali ficar plantada
Eternamente em floração rochosa
Como ficou a rosa.
Mas esta coisa, o medo, me desgasta,
Tudo de mim se transformou em pasta
Que escorre pegajosa
Disforme e odiosa.
Fujo no tempo exato da alegria
Correndo na ladeira que descia
Afim de meu espanto,
Subir custara tanto...
Descer custou tão pouco...
Que sensação de louco
Ó que metamorfose alienada
Sentir-me ali parada
À boca da ladeira
Igual a rosa ao bico da chaleira...
Anna Maria Dutra de Menezes de Carvalho
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