Ficou sozinha em mundo povoado
E pateticamente compreendeu
Que toda humanidade fora um Eu,
Seu próprio Eu a ela encarcerado.
Sentiu feri-la estéril e improdutiva
Semeadura em terra malsinada.
O que plantou não procriaria nada.
Rendeu-se a uma derrota decisiva.
Depois eliminada ao caos da idade
Chorou amargamente a desventura,
Cravou na terra calcinada e dura
Um coração vencido de bondade.
Metamorfoseada em linha agônica
O sexo doou a metafísica.
Sofreu hemoptise a idéia tísica
Vomitou sangue a poesia crônica.
Anna Maria Dutra de Menezes de Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário