segunda-feira, 14 de setembro de 2009
A GORDA
Sentas com placidez absoluta
as nádegas leais ao teu assento
és toda o mais cruel depoimento
da tua via em muito dissoluta.
Arrastas o pesar tão bem cevado
da hostilidade de teu corpo vasto,
farias as delícias de um repasto
a rolares nas brasas como assado...
Teus braços, ah teus braços de masmorra
no gigantismo que fenomenal
faz de ti quase um ser espectral
onde o toucinho como um rio corra,
Tuas ancas, imensas, imorais
adornadas a sebo volumoso
faz de ti este porco majestoso
com olhinhos tristonhos e venais,
E teus peitos! meu deus quanta fartura
quando a miséria ministra labor,
uma parcela do seio que for
levava a fome de Biafra à cura.
E esta tua barriga besuntada
ao orgasmo da banha poluída
vibrando a gargalhada destemida
em tua larga boca enxovalhada.
Ah gorda, como és gorda concluída,
Como és justamente tão completa,
Tu és redonda em roda concreta
alimentada ao resto desta vida.
Ah gorda distraída de seu fado
a arrastar seu corpanzil gigante
sem ter preocupação um só instante
que és mulher embaixo deste fardo.
Ah gorda como podes gargalhante
levar a vida em tom de brincadeira
se ouço respirar tua canseira
no continente de teu peito arfante.
É talvez por mistério navegante
deste teu monstruoso aparentar
que seja justo o nosso reclamar
à beleza invulgar de teu amante,
sim, porque este presunto impermissível
traz um amante preso à chispalhada,
com a cara feliz e deslumbrada
a este mastodonte flexível.
E nós as magras bem constituídas
ralamos uma inveja desleal
desta tua gordura colossal
ao som das gargalhadas sacudidas!
Anna Maria Dutra de Menezes de Carvalho
as nádegas leais ao teu assento
és toda o mais cruel depoimento
da tua via em muito dissoluta.
Arrastas o pesar tão bem cevado
da hostilidade de teu corpo vasto,
farias as delícias de um repasto
a rolares nas brasas como assado...
Teus braços, ah teus braços de masmorra
no gigantismo que fenomenal
faz de ti quase um ser espectral
onde o toucinho como um rio corra,
Tuas ancas, imensas, imorais
adornadas a sebo volumoso
faz de ti este porco majestoso
com olhinhos tristonhos e venais,
E teus peitos! meu deus quanta fartura
quando a miséria ministra labor,
uma parcela do seio que for
levava a fome de Biafra à cura.
E esta tua barriga besuntada
ao orgasmo da banha poluída
vibrando a gargalhada destemida
em tua larga boca enxovalhada.
Ah gorda, como és gorda concluída,
Como és justamente tão completa,
Tu és redonda em roda concreta
alimentada ao resto desta vida.
Ah gorda distraída de seu fado
a arrastar seu corpanzil gigante
sem ter preocupação um só instante
que és mulher embaixo deste fardo.
Ah gorda como podes gargalhante
levar a vida em tom de brincadeira
se ouço respirar tua canseira
no continente de teu peito arfante.
É talvez por mistério navegante
deste teu monstruoso aparentar
que seja justo o nosso reclamar
à beleza invulgar de teu amante,
sim, porque este presunto impermissível
traz um amante preso à chispalhada,
com a cara feliz e deslumbrada
a este mastodonte flexível.
E nós as magras bem constituídas
ralamos uma inveja desleal
desta tua gordura colossal
ao som das gargalhadas sacudidas!
Anna Maria Dutra de Menezes de Carvalho
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Nestes tempos em que a peça "GORDA", faz tanto sucesso no Rio de Janeiro, legal ver como a poetisa antecipou-se e vislumbrou como as gordas são amadas e sempre acompanhadas por seus maridos e amantes dedicados. Boa sacação da poetisa num poema feito com maestria.
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